COMO ESTÁ A DISTRIBUIÇÃO DA SUA INGESTÃO PROTÉICA DIÁRIA?

Há anos estamos em busca de atualização quanto às quantidades de proteína a serem consumidas diariamente como sendo algo fundamental para o ganho de massa magra. Isso mudou? Não! Mas outros aspectos passaram a ser igualmente importantes como, por exemplo:

- a qualidade desta proteína quanto à concentração especialmente de aminoácidos essenciais, com destaque para a Leucina;

- quanto desta proteína deve ser consumida antes e/ou após os treinos;

- a mais recentemente: destaca-se a importância da distribuição ao longo do dia.

Além disso, por mais que algumas pessoas contestem a teoria de que devemos ajustar os carboidratos da dieta para um melhor ganho de massa magra, baseadas em estudos que observam resposta aguda de proteínas isoladas após estímulos musculares de força, afirmo, com base nos meus quase 20 anos de atuação na área, que isso faz diferença sim! Mas ainda existem "enigmas" como, por exemplo, a determinação das quantidades proporcionais de carboidratos a serem ofertadas para cada grama de proteína. Também não se pode afirmar que a resposta anabólica mais favorável se deva especificamente a inserção dos carboidratos após os treinos, pois, em geral, eles costumam ser igualmente ajustados em outras refeições...

Com base nestes conflitos de interpretação, destaco a importância de procurarmos realizar leituras minuciosas do que se publica antes de sairmos extrapolando os achados para o nosso cotidiano como "verdades absolutas". Por exemplo, se o sujeito realizou treinos de força em apenas 2 aparelhos (em geral leg press e supino), consumiu imediatamente após suplementação com proteína isolada ou proteína + carboidrato e, em seguida, for observado que o estímulo a síntese protéica não diferiu entre os tratamentos, pergunta-se: "será que podemos concluir que para hipertrofia muscular tanto faz consumir ou não carboidratos no pós-treino?". Eu me perguntaria também, no mínimo: "qual seria a resposta após 3 meses de intervenção?". Conclusão, os estudos sempre devem nos nortear na construção do conhecimento, mas o senso crítico e o cuidado na interpretação e extrapolação nunca poderão ser perdidos.

Mas o pior mesmo é quando eu vejo profissionais da saúde realizando recomendações sem haver nenhuma base científica que a respalde e, pior ainda, é quando o produto é muito caro e/ou se desconhece os eventuais efeitos adversos mediante o consumo excessivo.... Vamos refletir?

Acho que acabei desviando um pouco do tema central, mas espero que vocês considerem importante este debate tanto quanto eu acho.

Um forte abraço aos "amigos da Nutrição Esportiva" e até a próxima!